domingo, 28 de junho de 2009

Sem internet - 1


Meu amor,

Você sem Internet é quase eu sem você.

Mas não vou falar de coisas tristes, pois hoje estou feliz. Motivo? Falei com você. Você me faz tanto bem! Eu estou apaixonado e apaixonar-se é adoecer. Mas é uma doença maluca, pois a pessoa não quer ficar curada. Pelo contrário, deseja que o quadro clínico se agrave, sim deseja até mesmo morrer de paixão! E eu estou assim. Gosto de você, você ocupa meu pensamento, tudo eu associo a você. Se vejo uma cor azul, lembro-me de sua blusa. O sinal vermelho lembra-me que você estava comprando esmalte vermelho e, insinuantemente, perguntou se eu gostava de vermelho.

Agora, quando se aproxima o dia de nosso encontro, me delicio com as várias cenas que imagino. Acho que já "ensaiei" umas dez possibilidades. E o pior é que tenho medo de travar na hora, ficar ali embasbacado na tua frente, sem conseguir falar nada, suando em bicas. De que adiantou tanto ensaio? Numas vezes, eu me aproximo de você correndo, você se joga em meus braços e somente depois de muitos beijos eu digo "oi". Noutras, fico parado, olhando você se aproximar, reparando a graça de seus passos, até parar diante de mim. Nessa versão eu digo algo idiota como "você veio!". Numa outra, não nos vemos imediatamente, então o desespero começa a tomar conta de mim, e quando me viro, dou de cara com você e seu sorriso absurdamente lindo. Dessa vez não consigo dizer nada, pois aflição e alívio são quase simultâneos.

Mas há também aquela em que eu ajo normalmente, me aproximo de você rápido, mas sem correr, não bato em ninguém espalhando os papéis dele ao vento, e lhe digo "meu amor, que bom te ver", espero um segundo antes de tomar suas mãos, puxá-la para mim e lhe dar um primeiro beijo, leve, comportado até. Depois de sentir que não serei empurrado para longe, então sim eu te dou um beijo de paixão reprimida. Apesar de gostar dessa versão, acho muito difícil conseguir por em prática.

Tem também aquela mais louca, ousada, em que você aparece vestindo um tipo de roupa que me espanta que deixaram você embarcar. Esse pensamento eu afasto logo, pois seríamos presos por atentado ao pudor e viraríamos atração daqueles programas que passam à tarde. Risque esta versão.

Risque também a tragédia de você não poder vir ao nosso encontro. Não sei se eu estaria preparado para um golpe desses. Hoje, para mim, nosso encontro é tão desejado que não cabe em minha mente a mínima possibilidade de não te ver. Se eu não te beijar ainda neste mês, eu morro. Mesmo que seja só um beijo, mesmo que seja um beijo de boas-vindas e despedida num só, preciso dele para continuar vivendo. Você fizer isso comigo será como cavar um buraco profundo, picar meu coração em pedacinhos e jogá-lo no buraco, cobrindo-o com concreto feito com cimento Votoran. Nada que você venha fazer depois disso irá me trazer de volta à vida, andarei por aí como um zumbi, que sem coração não pode amar, e sem amor não pode viver.

Sou louco por você, minha vida!

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